sábado, 25 de setembro de 2010

AMBLIOPIA - TRATAMENTO DE PENALIZAÇÃO


Como é o tratamento com penalização?
A penalização (borramento da visão) pode ser química, óptica ou até químico-óptica. Lançamos mão dessa conduta quando estamos no final do tratamento da ambliopia, ou quando estamos diante de uma ambliopia leve. Neste último caso a penalização pode ter sucesso como primeira escolha para evitar recidiva.


Penalização química: pupila do olho bom é dilatada.


Na penalização o olho amblíope deve enxergar melhor que o penalizado. Porque esta lei não pode ser infringida no tratamento da penalização? Ora, se os dois olhos vão ficar abertos na penalização, um deles precisa ficar com a visão atrapalhada (penalizado) para que o outro fique livre para ser tratado de sua dificuldade.

Como se faz a penalização?
Podemos fazer de três maneiras:
a) com uso de atropina (penalização química);
b) com uso de lente acima do valor necessário antes que provoque diplopia (penalização óptica);
c) com uso de lente de contato pupila negra e atropina (penalização químico-óptica).

Salvo em casos bem estudados, é difícil a penalização ser a primeira escolha de tratamento. Na literatura de diversos países notamos que o uso da penalização é restrito, mas, sem dúvida, é uma “carta na manga” e podemos lançar mão deste recurso quando os outros falharam, com possibilidade de bom resultado.

Em trabalhos com pacientes escolhidos dentro dos critérios de média ambliopia foi notada boa resposta visual tanto comuso do tampão quanto com penalização química. A vantagem observada com a penalização química é a aderência ao tratamento e a melhor aceitação por parte dos pais e dos pacientes.

No nosso serviço lançamos mão mais freqüentemente do uso de lente de contato pupila negra quando o fator estética incomoda muito pacientes entre 6 e 14 anos. A maior contra-indicação aqui é o fator custo e a desinformação dos pais dos pacientes sobre o custo real destas lentes.

Pesquisas em todo o mundo revelam que, quando o tratamento é bem conduzido, o paciente tem boa resposta terapêutica indiferente do método utilizado. Isso mostra que não há vantagem significativa de uma modalidade de tratamento sobre a outra.

Bibliografia:

BRASIL- An. Oftalmol,1988(7): 12-14. Almeida, HC/ penalização no tratamento da ambliopia/Penalisation in The treatment of amblyopia.

EUA-J AAPOS, 2005(9) : 542-545. Repka, MX et al./ The Effect of Amblyopia Therapy on Ocular Alignment

EUROPA- Br J ophthalmol, 2003(87):291-296. Tan, JHY, Thompson JR, Gottlob I/Differences in the management of amblyopia between European countries.

Br J Ophthalmol, 1997 (81): 54-57. Foley-Nolan A, Mc Cann A, O’Keefe M./ Atropine penalisation versus oclusion as the primary treatment for Amblyopia.

Br J Ophthalmol, 1978 (62): 21-28. Ikeda H and Trenain K.E./Amblyopia resulting from penalisation: neurophysiological studies of kettens reared with atropinisation of one or both eyes.

fonte:http://www.oftalmopediatria.com/texto.php?ct=60&ano=

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