sábado, 15 de maio de 2010

O desenho livre e o desenho dirigido

Desenho livre
No desenho livre,ao contrário do desenho de cópia,a pessoa está colocando a sua atenção não na realidade externa e sim,na sua realidade interna.
É um trabalho livre ,que vai surgir a partir da emoção,do que lhe vier a mente.
A pessoa acessa a sua realidade interna,o seu inconsciente,algo que está pronto para emergir naquele exato momento  e com seu processo de vida.



Desenho dirigido
São os desenhos onde se propõe um tema.
No caso de arte terapia,o arte terapeuta direciona com um objetivo específico(ou seja,ligado a alguma situação específica por que passa aquela pessoa.)
Será um tema que mobilize emoções que possam estar bloqueadas e que precisam vir a tona para serem integradas a consciência.

Não se utiliza aqui a interpretação dos desenhos.
A pessoa é estimulada a falar sobre o seu desenho.
Cria-se um diálogo entre a pessoa e o seu desenho.

Apesar dos aspectos intelectuais estarem presentes nos desenhos,os fatores emocionais aparecem de uma forma mais relevante que estes.
O desenho é um reflexo da personalidade de seu autor.

O desenho de cópia

No desenho feito a partir de uma cópia a atenção está voltada para a realidade externa.Observando-a e absorvendo a realidade exterior.
Utilizar o desenho de cópia é excelente quando é necessário:
Direcionar a atenção,focar em algo.(O traço e o contorno dão o direcionamento.)
Exige atenção,concentração,objetividade.Desenvolvendo dessa maneira a apreensão e direcionamento para o mundo externo.
Em arte terapia (o desenho de cópia)é indicado para pessoas:
* Muito sonhadoras,que vivem fantasiando,devaneando.
* Para as muito perfeccionistas,com um¨eu crítico¨muito forte.
* Para aqueles que se cobram demais.
* Com dificuldade de dar um direcionamento na vida.
Porque?
O não fazer igual ao modelo causa irritação,desconforto,inquietação,ansiedade...
É a exigência da pessoa de não errar.
Ao realizar este trabalho,ela entra em contato com suas dificuldades e com seu alto grau de exigência.
O trabalho de cópia obriga a pessoa a centrar-se no objeto externo,perceber a realidade tal como ela é,além de estimular o respeito ao que o outro fez.
Também é um ótimo   exercício para se trabalhar limites,pois existe uma regra a seguir,não poder ultrapassar os limites da obra copiada.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Desenho

No desenho é necessário ver, aprender a olhar as coisas e processar as informações visuais.No desenho pode-se usar giz de cera,pastel a óleo,pastel seco,lápis de cor,hidrocor,carvão,lápis grafite...porém todos esses tipos de material têm significados terapêuticos semelhantes.








GIZ DE CERA:
E´um material firme,fácil de manusear e que estabelece uma correlação da mão com o olho,favorecendo a coordenação motora,mais do que outras técnicas.
Recomendável para pessoas que estão :
-Deprimidas
_Chorosas
-Com tônus vital rebaixado (Exige maior atenção e esforço,levantando o nível de energia para que a pessoa possa desenhar)






´PASTEL A ÓLEO:
O pastel a óleo é um material muito utilizado em arte terapia,pois sua base de óleo possibilita deslizar mais facilidade no papel,correspondendo com o fluir de emoções e sentimentos.Além de ser mais fácil de usar,promove cores fortes e profundas,como também se desejar,tons mais suaves.




PASTEL SECO:
O pastel seco oferece uma grande variedade de cores.
Depois de realizado o trabalho passa-se o spray fixador para fixar o desenho.
O pastel seco tende a enxugar as emoções.








 


FUSAIN -(carvão):
O fusain é ótimo para trabalho de cópia assim como lápis grafites especiais.
São materiais que oferecem mais segurança e controle,além de poder apagar em caso de erro.

Fonte:ARTE e TERAPIA-livro de Patrícia Rose Teixeira Moreira
                                                                                                                          

quarta-feira, 12 de maio de 2010

o desenho como modalidade na arte terapia






Fonte;http://www.fen.ufg.br/revista/revista8


O desenho como modalidade da arteterapia, objetiva a forma, a precisão, o desenvolvimento da atenção, da concentração, da coordenação viso-motora e espacial. Também concretiza alguns pensamentos e exercita a memória. O desenho está relacionado ao movimento e ao reconhecimento do objeto, tendo a função ordenadora (VALLADARES, 2004a; 2004b).
FRANCISQUETTI (2005a; 2005b) explica que a leitura dos desenhos sinaliza as palavras que não podem ou não conseguem ser ditas pelas crianças. Sendo que as aferências de comunicação não-verbais se transformam em processo cognitivo, e são importantes de serem comparadas em diferentes momentos para perceber as mudanças externas, como também internas as crianças.
No caso das crianças, o adoecimento favorece alterações na sua vida, como um todo, podendo, muitas vezes, desequilibrar seu organismo interna e externamente, o qual, em conseqüência disso, gerará um bloqueio no processo de desenvolvimento saudável das crianças, especialmente se a doença for longa e duradoura (WHALEY & WONG, 1999; ANGERAMI-CAMON, 2002; DIAS et al, 2003).
O desenvolvimento infantil é um processo complexo, que envolve as diferenças individuais e as específicas de cada período, como mudanças nas características, nos comportamentos, nas possibilidades e nas limitações de cada fase da vida, indistintamente. A singularidade das crianças lhes é conferida por influências de seu ritmo próprio de desenvolvimento e por características pessoais que as diferenciam das demais (WHALEY & WONG, 1999).
Conforme SIGAUD & VERÍSSIMO (1996), o período que vai de sete aos dez anos de idade, objeto de estudo deste trabalho, e que se convencionou chamar de escolar, é decisivo para a estruturação harmoniosa do indivíduo. Nesta etapa, ocorrem transformações significativas nos vários aspectos cognitivos, socioemocionais e da comunicação gráfica. O raciocínio da criança esta fase esta mais lógico, compreende melhor os fatos (WHALEY & WONG, 1999); ademais, a criança, neste período, amplia suas relações, distanciando-se do convívio familiar, movendo-se em direção ao contexto social e aos grupos de pares e passa a ser menos egocêntrica (SIGAUD & VERÍSSIMO, 1996).
Em relação ao desenvolvimento evolutivo da arte infantil, segue seu percurso paralelo ao desenvolvimento geral da criança. Vários autores abordam as teorias do desenvolvimento gráfico infantil, no entanto, teóricos como Luquet (MEREDIEU, 2000) e Lowenfeld (LOWENFELD & BRITTAIN, 1977) tiveram papel fundamental na construção do alicerce de entendimento da produção gráfica das crianças, sendo largamente utilizadas na atualidade. Para a fase do escolar, Luquet descreve o realismo intelectual, dos 4 a 10 anos e o realismo visual, dos 7 aos 9 anos. Lowenfeld propôs em seus trabalhos os estágios de esquemático, dos 7 aos 9 anos e realismo, dos 9 aos 11 anos (LOWENFELD & BRITTAIN, 1977 e MEREDIEU, 2000).
Na concepção de Luquet, o estágio do realismo intelectual contém algumas características que se assemelham ao pensamento de Lowenfeld para a fase esquemática e apresentam algumas características de destaque que serão expostas a seguir:





















- A criança não representa o real, mas sobretudo o que sabe sobre o objeto;
- Aparecem os planos deitados (axial e irradiante), mas não há o compromisso formal com a perspectiva. A criança usa a descontinuidade, o rebatimento, a transparência, a planificação e a mudança de pontos de vista;
- A representação espacial amplia-se, surgindo a linha de base (real ou implícita) que simboliza a superfície em que as coisas são colocadas; em outras vezes, serve para representar o horizonte da paisagem;
- A partir dos sete anos a criança mostra mais claramente em seus desenhos as influências das mediações sociais, históricas e culturais. Seu cotidiano aparece mais claramente nesse universo representativo de pessoas, animais, brinquedos, objetos, natureza, produções culturais e sociais de sua época, como televisão, histórias em quadrinhos, desenho, jogos, brincadeiras.
Na teoria de Luquet, o estágio do realismo visual apresenta algumas características de destaque e semelhantes à teoria de Lowenfeld, na fase naturalista, expostas a seguir:
- Dos desenhos surgem a perspectiva e se submetem às suas leis, criando, assim, planos e sobreposições. Nesse estágio, a criança começa a unir as duas linhas, usa cores mais vivas no primeiro plano e mais baixas nos outros, criando a ilusão de profundidade e primeiro plano. A linha de base e o céu permanecem, mas ainda não estão presentes a luz, a sombra e a tridimensionalidade, é apenas seu início;
- A criança simboliza o objeto de acordo com sua aparência visual. Nessa fase, há a tendência da reprodução da realidade para os objetos, personagens, elementos da natureza, locais etc. A cor também é realista; ela substitui a transparência pela opacidade e suprime os detalhes invisíveis do objeto;
- Aumenta a busca por detalhes, preocupa-se com o acabamento e aparecimento de novas formas. Conseqüentemente, aparecem as linhas de contorno e o esquema corporal torna-se mais completo.
Em fases anteriores ao do escolar, para os autores citados anteriormente, aparecem as fases de garatuja, significando a representação de movimentos aleatórios ou círculos isolados; e a fase pré-esquemática caracterizada pela formação da imagem corporal e a mandala sem linha de chão.
Verificam-se novas e diferentes formas de desenvolvimento e, nesse sentido, LOWENFELD & BRITTAIN (1977) dizem-se convencidos de que a arte deve, certamente, apoiar a expressão individual e o pensamento criador da criança. Caso seja bloqueado a desenvolvimento normal da criança, este se refletirá também no seu desenvolvimento gráfico, pressume-se que os conteúdos das produções simbólicas ao serem analisados registravam os momentos afetivos das crianças. A criança ao produzir imagens está produzindo a si mesma seu mundo físico (sensório motor), mental (cognitivo), emocional, imaginação, o mundo das idéias, dos sonhos, e da memória.
Perigo no céu

sábado, 8 de maio de 2010

Trabalho com sucata em arte terapia

Trabalho em sucata feito por Leonardo Rossi



Material aparentemente sem utilidade,que seria jogado no lixo.
Material descartado pela sociedade.Em arte terapia,o trabalho com sucata,além do fator ecológico,demonstra:
-O valor das pequenas coisas,grande transformação que acontece e o desafio a criatividade.
É um trabalho que estimula a imaginação,transformando algo que iria para o lixo em algo novo.
EMOCIONALMENTE: Desfazer-se do velho,transformando em nova forma de ver e viver.
A sucata traz o elemento transformação.
É o caos que se apresenta com a possibilidade de:
Ordenação,reorganização e construção de algo novo.
Por analogia podemos lidar internamente com nosso "lixo",usando as partes que não nos agradam.
"Sucata é um nada que pode vir a ser tudo."
De grande potencial terapêutico,ao estarmos em contato com materiais descartados que iriam para o lixo,nos remetemos aos nossos lixos internos,aos aspectos negativos e,desagradáveis negados por nós mesmos e não aceitos pelos outros.
Em contato com tais aspectos,podemos ter a oportunidade de enxergá-los,de percebê-los,de confrontarmos e integrá-los a nós.E ou transformá-los.
Temos em nós aspectos mais e menos,e não adianta negar os menos,pois eles continuam dentro de nós,repercutindo em nossas atitudes e comportamentos.