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segunda-feira, 26 de julho de 2010

Hiperatividade


DDA/H (DISTÚRBIO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE)

 

O que é o DDA/H?

   O DDA/H é um distúrbio neurobiológico crônico, quer dizer, de longa duração, podendo persistir por toda a vida da pessoa, que tem início na infância, que compromete o funcionamento da pessoa em vários setores de sua vida, e que se caracteriza por três grupos de alterações: hiperatividade, impulsividade e 

desatenção. 

O que se entende por hiperatividade?

 

    Hiperatividade é, como o nome indica, o aumento da atividade motora. A pessoa hiperativa é inquieta, está quase constantemente em movimento.

    Se é criança, os professores descrevem que ela se levanta da carteira a todo instante, mexe com um ou com outro, fala muito. Parece que é elétrica, ou que está com um motorzinho ligado o tempo todo.

    Raramente consegue ficar sentada, mas se é obrigada a permanecer sentada, se revira o tempo todo, bate com os pés, mexe com as mãos, ou então acaba adormecendo.

    Dificilmente consegue se interessar por uma brincadeira em que tenha que ficar quieta, mas pelo contrário está sempre correndo, subindo em móveis, árvores, e freqüentemente em locais perigosos.

    Às vezes, nem para comer essa criança consegue sentar, quanto mais para assistir a um programa de televisão ou ler um livro ou uma revista.


O que é impulsividade?

 

    Impulsividade é a deficiência no controle dos impulsos. Podemos entender impulso como a resposta automática e imediata a um estímulo. Por exemplo, se vemos alguma coisa apetitosa, queremos possuí-la. Se alguém nos incomoda ou agride, nosso impulso é afastá-lo ou revidar, agredindo-o de volta.

    Se observarmos uma criança pequena, fica fácil termos uma idéia do que é impulsividade, porque nessa fase a criança naturalmente ainda não desenvolveu nenhum controle dos seus impulsos.

    Somente à medida que a criança cresce é que a educação vai criando freio interno, através de um processo de inibição da resposta imediata.

    É como se, nesse aspecto, a pessoa com DDA/H permanecesse criança, no sentido que suas reações quase sempre são imediatas, sem reflexão.


E a desatenção, como se apresenta no DDA/H?

    A pessoa com DDA/H não consegue manter a concentração por muito tempo, daí que, se começar a ler um livro, na metade da página não consegue lembrar o que acabou de ler. Numa conversa são capazes de perder o fio do assunto. A desatenção é responsável por erros tolos que o estudante comete em matérias que ele seguramente domina, mas que no momento da prova sua atenção caiu.

    Outras vezes, qualquer estímulo é capaz de desviar a atenção dessas pessoas. Assim é que numa aula, por exemplo, basta passar alguém no corredor ou acontecer um ruído na rua para deixar a pessoa perdida em relação ao que está sendo falado pelo professor.

    Algumas vezes a pessoa com DDA/H não é capaz de dar um recado, simplesmente por não se lembrar disso no exato momento em que encontra a pessoa que deve receber o recado.

    Comumente também essa pessoa sai de uma parte da casa para outra a fim de pegar algo, mas ao lá chegar não consegue recordar o que foi procurar.

    O que falha nessas pessoas é um tipo de memória denominada memória de curto prazo ou memória operacional.


O que causa o DDA/H?

   A rigor, não se conhece ainda a causa precisa. Porém, estudos recentes, utilizando técnicas de neuro-imagem, têm revelado que existe uma menor atividade na parte mais anterior do cérebro, chamada de córtex pré-frontal, especialmente no lado direito do cérebro, e também de certas regiões profundas do cérebro que estão conectadas ao lobo frontal.

   Outros trabalhos têm mostrado a maior incidência de DDA/H quando a mãe faz uso de álcool ou fumo na gravidez e quando a criança nasce com baixo peso.


Quais são os sinais de desatenção que o DSM-IV
 menciona?

    A pessoa apresenta com freqüência (não apenas uma vez ou outra) as características abaixo:

    (a)    Deixa de prestar atenção em detalhes e comete erros por descuido em atividades escolares, no trabalho, ou em outra atividades.

    (b)   Tem dificuldade para manter a atenção em tarefas ou jogos. (Muitas pessoas com DDA/H jamais leram um livro até o final)

    (c)    Parece não escutar quando lhe dirigem a palavra. (As mães e esposas acham até que a pessoa é surda)

    (d)   Não segue instruções e não termina deveres escolares, tarefas domésticas, ou deveres profissionais.

    (e)    Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades.

    (f)     Evita, antipatiza ou reluta em envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante, como tarefas escolares ou deveres de casa. (O estudante com DDA/H quase nunca consegue fazer os deveres por conta própria, e os adia até a última hora)

    (g)    Perde coisas necessárias para tarefas ou atividades, por ex., brinquedos, lápis, livros. (Nunca sabem onde guardaram as coisas)

    (h)    Distrai-se por estímulos alheios à tarefa. (Basta às vezes o menor ruído que a pessoa perde o que estava fazendo ou escutando)

    (i)      Apresenta esquecimento nas atividades diárias. (Quando recebem um recado, dificilmente transmitem corretamente. Se se lhes pede para comprar duas ou três coisas fatalmente alguma vai ser esquecida)


E quais são os sinais de Hiperatividade

 

    A pessoa apresenta com freqüência (e não apenas ocasionalmente) as seguintes características:

    (a)    Agita as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira. (É característico o balançar constante das pernas ou o bater com a ponta dos pés no chão)

    (b)   Abandona sua cadeira na sala de aula ou em outras situações em que deveria permanecer sentado.

    (c)    Corre ou sobe demais , de forma não apropriada. Em adolescentes e adultos pode se limitar a uma sensação subjetiva de inquietação.

    (d)   Está “a mil” ou age como se estivesse “a todo vapor”. (Nossas avós diziam que a criança parecia que tinha “bicho no corpo inteiro”, que por vício de linguagem acabou terminando em “bicho carpinteiro”)

    (e)    Fala em demasia. (Essas pessoas são maus ouvintes, mas por outro lado são a alegria de uma reunião porque nunca deixam ter um minuto de silêncio)


Sinais de Impulsividade

   A presença freqüente dos sinais:

   (a)    Dá respostas precipitadas antes de ouvir a pergunta inteira.

   (b)   Tem dificuldade para esperar sua vez. (Dizem que o verbo esperar não existe no dicionário dessas pessoas. Não conseguem esperar numa fila de banco, ou quando estão dirigindo um carro. È difícil também que esperem o melhor momento para falar sua opinião, ou para tomar uma decisão qualquer)

   (c)    Interrompe ou se intromete em assuntos dos outros, como conversas ou brincadeiras de outras pessoas.

 

 

Que outros distúrbios se parecem com o DDA/H e podem então serem confundidos com ele?


    Ao avaliar uma pessoa na intenção de fazer diagnóstico de DDA/H, o profissional tem em mente algumas outras condições que podem se confundir com esse distúrbio.

    I.     Situações familiares desfavoráveis, como por exemplo, um casal em briga ou em vias de separação, ou a existência de um pai alcoolista, podem ser a causa para uma criança se apresentar desatenta e inquieta.

    II.   Dificuldades sensoriais, como uma diminuição da audição ou da visão, às vezes ainda não detectadas, são capazes de deixar uma criança desinteressada e desatenta, e até mesmo inquieta.

    III.O uso de certos medicamentos, como certas substâncias usadas para tratar asma ou alergias, também podem provocar hiperatividade. O mesmo se dando com certas intoxicações.

    IV.  Uma pessoa pode ser desatenta, ou então muito inquieta e impulsiva em conseqüência de sofrer de doenças da glândula tiróide.

    V.  Alguns distúrbios psiquiátricos, como a depressão, o distúrbio bipolar, os quadros de ansiedade, com freqüência se confundem bastante com o DDA/H.

domingo, 14 de março de 2010

Crianças hiperativas: como são e como agir com elas

É muito importante saber um pouco mais sobre crianças hiperativas.´
A máteria que se segue é de Lou de Oliver é esclarece bem o assunto.
 

Antes de qualquer comentário, é preciso definir o que é, de fato, hiperatividade, pois esse termo tem sido amplamente confundido com atividade pura e simples ou com indisciplina e até com distúrbio (doença):
É comum a qualquer criança ser ativa, às vezes, até em excesso. E isso é normal. Da mesma forma, é freqüente, principalmente na escola, crianças desinteressadas pela aula tornarem-se bagunceiras, o que caracteriza a indisciplina.  
Antes de classificar tudo isso como "hiperatividade", é preciso entender que a hiperatividade é caracterizada pela atividade ininterrupta, ou seja, o indivíduo está ativo vinte e quatro horas por dia, até mesmo dormindo (com sono agitado) ou períodos de insônia e sua atividade chega à exaustão. E, apesar de exausto, ainda continua com a necessidade de estar em atividade, mesmo que o corpo já não agüente, a mente, continua em ação. 
A hiperatividade em si não é uma doença é, geralmente, um sintoma de algum distúrbio como TDAH, TOC e outros distúrbios de aprendizagem ou comportamento. A hiperatividade também pode ser um dos principais sintomas da depressão infantil. Por incrível que pareça, a depressão infantil pode levar a um quadro de hiperatividade porque as crianças, ao contrário dos adultos, às vezes demonstram uma falta de habilidade para comunicar ou expressar seu verdadeiro estado emocional, sendo assim, incapazes de expressar sua depressão, tornam-se agitadas apresentando uma depressão atípica, notadamente com hiperatividade.  
Este é um dos pontos mais importantes a se considerar quando uma criança apresenta hiperatividade incontrolável. Antes de diagnosticar hiperatividade pura e simples e imaginar que um medicamento possa “curá-la”, deve-se analisar a causa, a doença, o distúrbio que está causando este sintoma e, ao tratar a causa, obviamente o sintoma da hiperatividade será sanado. Ainda neste sentido, é preciso entender que a simples medicação para hiperatividade a controla mas não trata o distúrbio que a causa. Para sanar (ou controlar) o problema de forma definitiva, é preciso detectar o distúrbio e suas comorbidades (quando um distúrbio se associa a outro ou apresenta características de dois ou mais distúrbios) e tratá-lo de acordo com suas características e necessidades. E sempre analisando cada caso como único, com um tratamento diferenciado, nunca se associando o mesmo tratamento mesmo que os indivíduos apresentem o mesmo distúrbio ou padrão de sintomas, cada um chegou ao quadro por um caminho, um aprendizado, um fator seja psicológico, neurológico, orgânico/físico, ambiental ou a junção desses fatores ou outros que possam influenciar o desencadear de um distúrbio.
Por tudo isso, temos vários ângulos a analisar: Quando uma criança é muito ativa, está sempre agitada, parecendo nunca cansar-se, deve-se verificar como ela dorme. Se tiver sono agitado, com ou sem pesadelos, dormir na cabeceira e acordar nos pés da cama, cair da cama ou ainda se tiver tiques, convulsões ou outro sintoma parecido, deverá ser encaminhada a um profissional (Pediatra, Terapeuta, Psiquiatra) apto a identificar seu distúrbio, tratá-lo ou encaminhar a criança a um tratamento. Se o sono da criança for tranqüilo, pode-se dizer que é uma criança aparentemente normal, então, tudo o que se deve fazer, é deixá-la a vontade para "gastar" toda a sua energia durante o dia e poder dormir e descansar tranqüila a noite.  
Isso não significa que não deva ser encaminhada a um bom profissional para exames e analise de seu caso. Aliás, na duvida, sempre leve a criança a um pediatra que, certamente, saberá detectar se há necessidade de avaliação psicológica, psicopedagógica ou neurológica/psiquiátrica.  
Se essa criança estiver em idade escolar, deverá freqüentar uma escola que tenha bastante espaço para brincadeiras e também uma boa brinquedoteca. Se a criança ainda não estiver na escola, caberá aos pais levá-la a um parque público ou playground do próprio prédio (quem mora em condomínios) e também comandarem brincadeiras instrutivas como teatro de fantoches por exemplo. É possível confeccionar bonecos simples junto com a criança e depois usá-los na encenação .  
Isso a manterá ocupada por um bom tempo e será uma atividade educativa. Além disso, muitas outras atividades podem ser usadas, com boa vontade e paciência, os pais poderão criar muitas formas de entreter o filho.  
Lembrando que, numa escola, em nível de atividades físicas e intelectuais, a brinquedoteca é tão importante quanto as matérias ensinada e tão ou mais importante do que o playground, ou seja, além de uma boa grade de ensino, uma boa área ao ar livre para brincadeiras e atividades físicas, deve haver uma boa brinquedoteca, bem equipada e com um profissional especialmente treinado para auxiliar os jogos, brincadeiras e treinamentos da brinquedoteca. Isso não só ajudará a controlar a hiperatividade dos alunos como irá incentivar a integração de grupo, irá fixar o aprendizado e até o gosto pela escola que passará a ser um local divertido onde se pode aprender brincando. 
No caso da indisciplina em crianças pequenas deve-se rever a educação dada, visto que a indisciplina e a má educação andam juntas. Se a indisciplina é na escola, deve-se analisar a quantidade de alunos indisciplinados. Se a classe toda tem bom comportamento e somente alguns alunos desobedecem, deve-se verificar o que ocorre com eles, poderá ser desde má educação até algum distúrbio. Deve-se encaminhá-los a um Psicopedagogo, pois, nesse caso, é o profissional ideal para atende-los, verificar se têm distúrbios e/ou encaminhá-los a outros profissionais para tratamento. Se a classe toda ou a grande maioria age de forma indisciplinada é bem provável que a aula esteja desinteressante, vazia ou tenha qualquer característica que esteja dispersando os alunos. Neste caso, a solução será tornar a aula mais atrativa. O professor, com interesse e criatividade, certamente, encontrará muitas maneiras para tornar sua aula dinâmica e interessante. 
Finalmente, no caso de uma hiperatividade exagerada, sem convulsões nem complicações noturnas, se for impossível controlar a criança, esta deverá ser encaminhada a um Multiterapeuta, que terá condições de identificar o distúrbio apresentado, tratá-lo ou indicar outro profissional apto a isso. Crianças que apresentam convulsões, tiques ou outros sintomas parecidos deverão ser levadas a um Psiquiatra ou Neurologista. Na ausência desses profissionais, um Pediatra poderá ajudar.

Publicada na revista brasileira "Mãe moderna"na edição de número 4.

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