quarta-feira, 30 de março de 2016

OLHAR O DESENHO, É CONHECER UM POUCO QUEM DESENHA!!!

Uma postagem de :Nancy Rabello

O desenho é uma linguagem. Esta afirmação faço sempre em minhas palestras, pois acredito nisso.  
O vocabulário desta linguagem são os traços, curvos, retos, fortes, fracos, cada pessoa tem sua marca ao desenhar, as cores que usa,  e o local onde coloca seus ´personagens, ela usa estes recursos e muitos outros para comunicar uma ideia, para contar algo.

Mas será que esta informação muda a atitude dos professores? Vejo que alguns dão pouca atenção ao desenho.  O consideram  somente como um recurso para que seus alunos fiquem quietos, entretidos, enquanto os demais terminam uma atividade.

Mas o desenho é muito mais que isso.

O desenho nos fala também por meio das cores que usa quem desenha, e dos locais onde alguns elementos estão colocados, e dos traços que fazemos. 
O centro da folha, quase sempre se refere à pessoa que desenha.


Vamos falar dos traços, traços retos nos mostram pessoas mais diretas sem muitos rodeios, já as linhas curvas podem indicar pessoas que fazem mais rodeios para falar, para resolver suas situações.

Os traços muitos fortes nos falam de pessoas que gostam de se impor, e são mais extrovertidos, já os traços frágeis nos falam de crianças mais tímidas ou inseguras. 

Sempre  nos apropriando dos nossos traçados,das formas que adquirimos com o  desenvolvimento do desenho, isso nos traz uma certa segurança ao desenhar, tipo “ eu sei fazer “ e é por isso que as garatujas voltam sempre aos nossos desenhos de adultos.  

Aqui vemos as garatujas que voltaram no morrinho, nas florzinhas, e na arvore. Você já tinha percebido isso. Observe o seu desenho, veja como sem pensar você faz garatujas. 


NISE DA SILVEIRA , A MULHER QUE IMPRIMIU UM NOVO RUMO À PSIQUIATRIA NO BRASIL

Nise da Silveira nasceu em Alagoas, no dia 5 de fevereiro de 1905, e foi uma das mais importantes psiquiatras no Brasil. Em 1926, ao se formar na Faculdade de Medicina da Bahia, onde era a única mulher em uma turma de 157 alunos, Nise apresentou o estudo: “Ensaio sobre a criminalidade da mulher no Brasil”. No ano seguinte, ao mudar-se para o Rio de Janeiro com o marido e colega de turma, o sanitarista Mario Magalhães, começou a atuar como psiquiatra e iniciou uma coluna sobre medicina para o jornal A Manhã. “Na época em que ainda vivíamos os manicômios e o silenciamento da loucura, Nise da Silveira soube transformar o Hospital Engenho de Dentro em uma experiência de reconhecimento do engenho interior que é a loucura”, explica Christian Ingo Lenz Dunker, psicanalista e professor titular do Instituto Psicologia da USP.
Envolvida com os círculos marxistas da época, Nise foi denunciada por uma colega de trabalho, que era enfermeira, e presa pelo chefe da polícia política do Estado Novo, Filinto Müller, de 1934 a 1936. No presídio Frei Caneca, dividiu a cela com Olga Benário, a militante comunista alemã que à época era mulher de Luís Carlos Prestes, e conheceu o escritor Graciliano Ramos, que a retratou em seu livro Memórias do cárcere. “(…) lamentei ver a minha conterrânea fora do mundo, longe da profissão, do hospital, dos seus queridos loucos. Sabia-se culta e boa. Rachel de Queiroz me afirmara a grandeza moral daquela pessoinha tímida, sempre a esquivar-se, a reduzir-se, como a escusar-se a tomar espaço”, retratou o escritor. Em liberdade, porém colocada na clandestinidade, Nise entrou em contato com leituras de Spinoza e publicou o livro Cartas a Spinoza.


Ler mais: http://www.psicologiasdobrasil.com.br/nise-da-silveira-a-mulher-que-imprimiu-um-novo-rumo-a-psiquiatria-no-brasil/#ixzz44PJ8xNRd

Deixe seu filho longe desse ódio todo

RITA LISAUSKAS
22 Março 2016 | 14:43

Salvem o Gui. Salvem nossos filhos

Desenho infantil
Quando entro na escola do meu filho e vejo aquelas crianças todas brincando meu coração sempre enche de esperança. Não paro de sorrir para aquela gritaria fininha, e meus olhos nem piscam ao ver a alegria dos meninos e meninas correndo para cima e para baixo, absortos em suas próprias fantasias, brincadeiras e sonhos, sem ter a menor ideia das guerras rolando atrás da jabuticabeira linda colada ao muro da educação infantil.
Mas fiquei chocada, semana passada, ao ver que o ódio, esse sentimento comezinho, adulto e detestável, tinha sim pulado o muro e sentado no gira-gira do parquinho das crianças. Tinha invadido também a aula de artes, esse lugar sagrado onde nossos filhos desenham o céu, as nuvens e colam lantejoulas amarelas no sol, para que fique com o brilho igual ao de suas fantasias.
Ninguém deveria ter deixado isso acontecer. Pior do que assistir à invasão bárbara é comemorá-la. “Meu filho, meu maior orgulho. Gui se manifestando na aula de artes. Vamos para as ruas domingo, vamos lutar por um país digno para as nossas crianças”, escreveu um pai semana passada em seu Facebook, ao compartilhar, orgulhoso, um desenho de seu filho feito na escola. Não sei quem é esse pai, a pessoa que compartilhou na minha timeline teve o cuidado de não expor a identidade desse homem. Sabemos apenas que ele é o pai do Gui. Não conheço tampouco a professora do Gui e a escola do Gui mas, espero de todo o coração, que ambas tenham ficado chocadas a ponto de chamar essa família para conversar. Um menino que senta em sua mesinha, coloca um avental e, em vez de desenhar e pintar o Ben 10 ou Homem Aranha, retrata a Presidenta e o ex-Presidente da República com ferimentos no peito, sangrando, ao lado das frases “Morre Diuma” (sic) e “Morre Lula” precisa de ajuda. E rápido.
O Gui deve ser como todas as crianças. Gosta de super-heróis, adora um Lego. E muitas vezes, deve ser retirado de seu mundinho paralelo de brincadeiras para correr para a varanda e gritar uns palavrões horríveis, como “puta” e “vagabunda” enquanto seus pais batem panelas.  “Mas a mamãe e o papai não disseram que é feio falar palavrão?”, pensa. Pensa, mas não diz, porque nessa idade eles aprendem tudo o que a gente faz, como esponjas, quase sem questionar. Aos poucos o Gui está aprendendo também que se pode fazer justiça com as próprias mãos quando ouve o pai dizer que “tem que matar esse bando de petistas!” Também fica confuso quando a mãe xinga uma mulher que está de vestido vermelho na rua: “Mas vermelho não é só uma cor?”, pensa. “Mas se a mamãe está tão brava deve ser uma cor horrível”, conclui.
Salvem o Gui, salvem os nossos filhos. Não deixem que eles acreditem que desejar a morte de uma pessoa é normal. Não deixem que eles acreditem que xingar uma mulher de puta e vagabunda é aceitável. Que espancar alguém que veste vermelho é um comportamento admissível. Ele e os nossos filhos têm que aprender que todos podem lutar pelos seus ideais, mas dentro da lei. E que urrar, babar e matar é coisa de bicho, não de homo sapiens.