Compartilhando matéria - (PUBLICADO EM: BLOG EVOLUIR)
Para auxiliar a pessoa nesse caminho entra a figura do arteterapeuta. “A arteterapia traz aquilo que o inconsciente tem registrado. É pelas cores, formas e expressões que o arteterapeuta lê o que o paciente traz, seja em qualquer circunstância emocional que ele esteja”, explicou a artista plástica e arteterapeuta Mônica Abete.
Além das palavras
Diferentemente da sala onde ocorre a terapia convencional, quando o paciente entra em um ateliê-terapêutico encontra à disposição giz de cera, lápis-de-cor, aquarela, bonecos para representação de papeis, além de uma série de recursos. “Podemos sugerir, mas a escolha do material artístico é livre, pois sempre há identificação com o processo emocional que a pessoa está vivendo.”
“Quando peço para que um paciente desenhe sua raiva, por exemplo, e surge uma flor vermelha, a cor pode significar para ele o sentimento, porém a flor, que é algo mais delicado, pode estar mascarando este sentimento”, considerou a arteterapeuta. “A fala pode ser manipulada pelo racional, mas a expressão não.”
Mônica observou ainda que a interpretação é sempre feita de forma particular. “Há quem identifique no vermelho o amor, a paixão”, exemplificou dizendo que cabe ao arteterapeuta um olhar diferenciado e contextualizado sobre o que vê. “O objetivo é desvendar aquilo que estava escondido no inconsciente”, disse.
Cuidado especial
Além de adultos, a arteterapia é indicada também no processo terapêutico de crianças, a partir da alfabetização. “Quando a criança se manifesta na arte terapia, por sua espontaneidade, podemos detectar algumas situações que, mais para frente, poderiam ser agravadas. Então começamos um trabalho preventivo.”
A arteterapia também auxilia pessoas que apresentem transtorno mental como depressão crônica, bipolaridade, dependência química e transtorno alimentar. Mônica enfatiza, no entanto, que este trabalho somente pode ser iniciado após o paciente ter atingido estabilidade emocional, por meio de acompanhamento psiquiátrico. “O primeiro passo é estabilizá-la com a parte química. A partir do momento que está medicada, o arteterapeuta consegue acessá-la. Paralelamente às medicações, o processo arteterapêutico vai fluindo.”
Trabalho integral
A arte terapia dentro do Instituto Evoluir chega como ferramenta complementar para pacientes que já fazem terapia de grupo ou individual e também para quem deseje apenas participar do processo arteterapêutico. “O paciente pode focar a sessão em apenas uma determinada situação, como o fim de um relacionamento”, exemplificou. “É um trabalho de união que ajuda a pessoa a crescer integralmente”, finalizou Mônica.